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FONTE

Divulgada Ata da 167ª Reunião do Banco Central

O Banco Central divulgou a Ata da 167ª Reunião realizada nos dias  29/05 na sala de reuniões do 8º andar e no 20º andar (30/5) do Edifício-Sede do Banco Central do Brasil – Brasília – DF.

Se fizeram presentes os membros do Copom: Alexandre Antonio Tombini Presidente

Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton, Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva e, Sidnei Corrêa Marques. Marcaram presença, ainda, sete chefes de departamentos um assessor de imprensa e o chefe de gabinete da presidência.

 

Os membros do Copom analisaram a evolução recente e as perspectivas para a economia brasileira e para a economia internacional, no contexto do regime de política monetária, cujo objetivo é atingir as metas fixadas pelo governo para a inflação.

 

Confira a seguir os detalhes da Ata:

 

 

Evolução recente da economia

 

1. A inflação, medida pela variação mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 0,64% em abril (0,21% em março e 0,45% em fevereiro), determinando o sétimo recuo consecutivo da inflação acumulada em doze meses, que se deslocou de 5,24% em março para 5,10% em abril (6,51% em abril de 2011).Os preços livres variaram 5,63% em doze meses até abril (6,84% em abril de 2011), e os preços istrados, 3,73% (5,73% em abril de 2011). Em relação aos preços livres, cabe destacar que os dos bens comercializáveis aumentaram 3,36% em doze meses até abril, e os dos não comercializáveis, 7,69%, ante altas de 6,03% e 7,55%, respectivamente, em igual período de 2011. Particularmente sobre serviços, a inflação nesse segmento foi de 0,77% em abril, após variação de 0,52% em março. Dessa forma, a inflação de serviços acumulada em doze meses atingiu 8,00% (ante 8,57% registrados até abril de 2011). Em síntese, apesar de a inflação de serviços ainda seguir em níveis elevados, o conjunto de informações disponíveis sugere tendência declinante da inflação acumulada em doze meses em direção à meta de inflação.

 

2. As medidas de inflação subjacente calculadas pelo Banco Central têm apresentado evolução similar à da inflação plena. A média das variações mensais ou de 0,46% em fevereiro para 0,25% em março e 0,60% em abril. Por sua vez, no acumulado em doze meses, a variação média das cinco medidas de núcleo se deslocou de 6,10% em fevereiro para 5,69% em março e 5,72% em abril. O núcleo do IPCA por médias aparadas com suavização deslocou-se de 0,41% em fevereiro para 0,28% em março e para 0,51% em abril, e o núcleo por médias aparadas sem suavização ou de 0,28% para 0,27% e para 0,50% no mesmo período. De modo similar, o núcleo por dupla ponderação, após registrar 0,47% em fevereiro, recuou para 0,26% em março e aumentou para 0,61% em abril. Ao mesmo tempo, o núcleo por exclusão, que descarta dez itens de alimentação no domicílio e combustíveis, recuou de 0,60% em fevereiro para 0,21% em março e avançou para 0,69% em abril; e o núcleo por exclusão de monitorados e de alimentação no domicílio ou de 0,54% em fevereiro para 0,22% em março e para 0,71% em abril. Por sua vez, a média trimestral do índice de difusão do IPCA deslocou-se de 62,69% em fevereiro para 60,16% em março e para 59,98% em abril.

 

3. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 1,02% em abril, após variar 0,56% em março e 0,07% em fevereiro. Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses atingiu 3,86% (6,99 pontos percentuais (p.p.) menor do que a registrada em abril de 2011). O principal componente desse indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), variou 2,82% em doze meses até abril, refletindo aumento de 3,28% no segmento industrial e de 1,57% no agrícola. Na desagregação segundo o estágio da produção, observou-se, na mesma base de comparação, avanço de 1,71% nos preços de matérias-primas brutas, de 3,23% nos de bens intermediários e de 3,33% nos de bens finais. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), segundo componente mais importante do IGP-DI, ficou em 5,05% em doze meses até abril (ante 6,05% em abril de 2011). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), componente de menor peso no IGP‑DI, variou 7,77%, impulsionado pelo aumento no custo da mão de obra. Por sua vez, o Índice de Preços ao Produtor/Indústria de Transformação (IPP/IT), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 1,38% em abril, após avanço de 1,04% em março. Em doze meses, a variação desse índice deslocou-se de 1,36% em março para 2,47% em abril. O Copom avalia que os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a inflação para os consumidores dependerão das condições atuais e prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória futura da inflação.

 

4. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) incorpora estimativa para a produção mensal dos três setores da economia, bem como para os impostos sobre produtos, e constitui importante indicador coincidente da atividade econômica. Considerando os dados ajustados sazonalmente, o IBC-Br recuou 0,4% em março, mesma variação observada em fevereiro, depois de queda de 0,3% em janeiro. Dessa forma, o indicador registrou crescimento de 0,15% no primeiro trimestre de 2012, em relação ao trimestre anterior e alta de 1,1% em relação ao primeiro trimestre de 2011. A taxa de crescimento acumulada em doze meses vem em declínio desde novembro de 2010 e alcançou 1,8% em março. Por sua vez, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou ligeiro recuo em maio, após alcançar, em abril, o maior nível da série histórica iniciada em setembro de 2005. Já o Índice de Confiança do Setor de Serviços (ICS) apresentou recuo em abril, após registrar altas em fevereiro e em março.

 

5. A atividade fabril recuou 0,5% em março, de acordo com a série da produção industrial geral dessazonalizada pelo IBGE, após registrar crescimento de 1,3% em fevereiro e recuo de 1,6% em janeiro. Houve crescimento da produção em apenas nove dos 27 ramos de atividade em março, com destaque para o setor de veículos automotores, que acumulou expansão de 26,2% em fevereiro e março, compensando parte da queda de 31,2% verificada em janeiro. Sob o critério da média móvel trimestral, houve recuo de 0,3% na produção industrial de janeiro a março. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção recuou 2,1% em março e, no acumulado em doze meses, 1,1%. Por outro lado, em relação a dezembro de 2008, mês que registrou a menor medição da produção industrial durante a crise de 2008/2009, o crescimento acumulado até março atinge 21,4%. No que se refere ao faturamento da indústria de transformação, segundo dados dessazonalizados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), houve crescimento real de 3,6% em março em relação ao mesmo mês do ano anterior, com avanço de 0,7% do número de horas trabalhadas na mesma base de comparação.

 

6. Entre as categorias de uso da indústria, segundo dados dessazonalizados pelo IBGE, houve crescimento de 3,8% na produção de bens de capital em março e alta de 3,4% na produção de bens de consumo duráveis. A produção de bens intermediários recuou 0,9% e a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresentou retração de 0,8%. No acumulado em doze meses até março, a produção de bens de capital recuou 1,5%; a de bens consumo duráveis recuou 6,1%; a de bens intermediários se retraiu em 0,5%; e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresentou queda de 0,3%. 

 

7. A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), sem ajuste sazonal, ficou em 6,0% em abril, após registrar 6,2% em março e 5,7% em fevereiro. O índice de abril foi 0,4 p.p. inferior ao do mesmo mês do ano anterior. Os dados dessazonalizados pelo Banco Central apontam taxa de desocupação se deslocando de 5,8% em março para 5,6% em abril, valor próximo ao mínimo da série iniciada em março de 2002. Em doze meses, houve expansão de 1,8% na população ocupada e de 1,3% da população economicamente ativa. Na população ocupada, a proporção de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada – que vem crescendo de forma consistente nos últimos anos – atingiu 48,9% em abril, mas dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) continuam indicando certa moderação desse processo. De fato, em abril, houve criação de 217,0 mil postos de trabalho formais (ante 272,2 mil em abril de 2011). O crescimento mais lento da população economicamente ativa no período recente tem contribuído para a manutenção de taxas de desemprego baixas a despeito da moderação no ritmo de criação de vagas. De acordo com a PME, o rendimento médio real habitual cresceu 6,2% em doze meses, embora tenha retraído 1,2% em abril. Como consequência, a massa salarial real, considerando o rendimento médio da população ocupada nas seis regiões metropolitanas, cresceu 8,1% em relação a abril de 2011. Em suma, o conjunto de dados disponíveis indica que, embora o mercado de trabalho continue robusto, há sinais de moderação na margem.

 

8. De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o volume de vendas do comércio ampliado cresceu 10,2% em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, após registrar alta de 3,1% em fevereiro e de 8,3% em janeiro, na mesma base de comparação. Na comparação mês a mês, a série com ajuste sazonal indica que o volume de vendas do comércio ampliado cresceu 0,6% em março, após recuo de 0,8% em fevereiro e crescimento de 1,8% em janeiro. Assim, a taxa de crescimento acumulada em doze meses ficou em 6,7% em março. Os dez segmentos pesquisados mostraram expansão no volume de vendas no acumulado em doze meses, com destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (24,8%) e móveis e eletrodomésticos (16,4%). Desde outubro de 2011, a FGV, em parceria com o Banco Central, vem divulgando o Índice de Confiança do Comércio (ICOM). Esse indicador fornece informação adicional importante, à medida que retrata o estado atual e sinaliza a evolução da atividade comercial de forma mais tempestiva. Em abril, o índice evoluiu positivamente pelo segundo mês consecutivo, impulsionado pela melhora nas expectativas. Nos próximos meses, a trajetória do comércio continuará a ser influenciada pelas transferências governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real, pela melhora no nível de confiança dos consumidores e pela expansão moderada do crédito.

 

9. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria de transformação, calculado pela FGV, sem ajuste sazonal, ou de 83,5% em abril para 83,7% em maio, 0,4 p.p. abaixo do observado em maio de 2011. Na série com ajuste sazonal calculada pela FGV, o Nuci ficou em 84,0% em maio (2,7 p.p. abaixo do máximo registrado em junho de 2008). A utilização da capacidade apresenta-se mais intensa no setor de materiais de construção (87,2%), mas recua desde novembro de 2011. Já no setor de bens intermediários, o Nuci ficou em 85,3%, ante 82,5% registrados no setor de bens de capital e 83,4% no setor de bens de consumo. Segundo dados da CNI, dessazonalizados pelo Banco Central, o Nuci recuou de 82,0% em fevereiro para 81,5% em março. Ainda de acordo com a FGV, a diferença entre a proporção de empresas que reportavam excesso de estoques e aquelas que reportavam estoques insuficientes apresentou alta em maio na série livre de influências sazonais, após quatro quedas consecutivas.

 

10. O saldo da balança comercial acumulado em doze meses se deslocou de US$29,1 bilhões em março para US$28,1 bilhões em abril. Esse resultado adveio de exportações de US$259,3 bilhões e de importações de US$231,2 bilhões, associadas a variações de 18,4% e de 18,0%, respectivamente. O deficit em transações correntes acumulado em doze meses ou de US$52,2 bilhões em fevereiro para US$49,8 bilhões em março, equivalente a 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB). Por sua vez, os investimentos estrangeiros diretos totalizaram US$64,1 bilhões em doze meses até março, equivalente a 2,55% do PIB.

 

11. A economia mundial enfrenta período de incerteza acima da usual, com elevada aversão ao risco, e perspectivas de baixo crescimento. Desde a última reunião do Copom, mantiveram-se relativamente positivas as avaliações quanto à atividade nos Estados Unidos (EUA), mas permanecem os riscos associados ao cenário de contenção fiscal e ao recrudescimento da crise europeia. A despeito do substancial provimento de liquidez pelo Banco Central Europeu (BCE) no primeiro trimestre deste ano, persistem riscos elevados para a estabilidade financeira global, entre outros, devido à exposição de bancos internacionais às dívidas soberanas de países com desequilíbrios fiscais, bem como ao aumento da incerteza política. Esses riscos são evidenciados, por exemplo, em deslocamentos de liquidez privada entre países da Zona do Euro, bem como em elevados preços de ativos de economias com sólidos fundamentos. Altas taxas de desemprego por longo período, aliadas a necessidades de ajustes fiscais, ao limitado espaço para ações de política anticíclicas e à incerteza política se traduzem em projeções de baixo crescimento em economias maduras. De fato, o indicador antecedente composto divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), referente a março, aponta atividade frágil na Zona do Euro. No mesmo sentido, os indicadores desagregados do Purchasing Managers Index (PMI) referentes a abril sugerem moderação na atividade global. Na China, os indicadores de atividade para abril, em particular os de produção industrial e de corrente de comércio, apontam desaceleração ao longo do segundo trimestre. No que se refere à política monetária, as economias avançadas persistem com posturas fortemente acomodatícias. Os núcleos de inflação continuaram em níveis moderados nos EUA, na Zona do Euro e no Japão, haja vista as perspectivas relativamente moderadas para o nível de atividade nessas regiões. Nas economias emergentes, de modo geral, o viés da política monetária se apresenta expansionista, o que se conjuga, em alguns casos, com políticas anticíclicas adicionais.

 

12. O preço do barril de petróleo do tipo Brent recuou desde a última reunião do Copom, mas se manteve acima de US$100, refletindo, em parte, instabilidade política em importantes países produtores. Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor do petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e do fato de o crescimento da oferta depender de projetos de investimentos de longa maturação e de elevado risco. Conforme medidos pelo Commodity Research Bureau (CRB), desde a última reunião do Copom, os preços internacionais das commodities agrícolas e metálicas recuaram 1,5% e 4,0%, respectivamente. Assim, em relação aos valores máximos observados em abril de 2011, as variações alcançam -18,7% e -23,2%. Por sua vez, o Índice de Preços de Alimentos, calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acumula recuo de 10,1% até abril, ante o pico registrado em fevereiro de 2011. No ado recente, a alta volatilidade dos preços das commodities foi influenciada pela ampla liquidez global, em contexto no qual os mercados financeiros se ajustam às novas expectativas de crescimento e à volatilidade nos mercados de câmbio. Prospectivamente, é plausível afirmar que a redução nas metas de crescimento da China, aliada à fragilidade da economia mundial, deve gerar algum impacto sobre preços de commodities.

 

 

Avaliação prospectiva das tendências da inflação

 

13. Os choques identificados, e seus impactos, foram reavaliados de acordo com o novo conjunto de informações disponível. O cenário considerado nas simulações contempla as seguintes hipóteses:

a) as projeções para o reajuste nos preços da gasolina e do gás de bujão, para o acumulado de 2012, foram mantidas em 0%, valor considerado na reunião do Copom de abril;

b) as projeções de reajuste das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade, para o acumulado em 2012, foram mantidas em 1,5% e 1,3%, respectivamente, valores considerados na reunião de abril;

c) a projeção de reajuste, construída item a item, para o conjunto de preços istrados por contrato e monitorados para o acumulado de 2012, foi mantida em 4,0%, valor considerado na reunião de abril;

d) a projeção de reajuste para o conjunto de preços istrados por contrato e monitorados para o acumulado de 2013 foi mantida em 4,5%, valor considerado na reunião do Copom de abril. Essa projeção baseia-se em modelos de determinação endógena de preços istrados, que consideram, entre outras variáveis, componentes sazonais, variações cambiais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP); e

e) a trajetória estimada para a taxa do swap pré-DI de 360 dias indica spread sobre a taxa Selic, no cenário de referência, de 30 pontos base (p.b.) e 17 p.b. para o quarto trimestre de 2012 e 2013, respectivamente.

 

14. Em relação à política fiscal, considera-se o cumprimento da meta de superavit primário de R$139,8 bilhões (cerca de 3,10% do PIB), sem ajustes, em 2012, conforme parâmetros constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – 2012. Além disso, ite-se, como hipótese de trabalho, a geração de superavit primário de R$155,9 bilhões (cerca de 3,10% do PIB), sem ajustes, em 2013, conforme parâmetros constantes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) – 2013. Para 2014, ite-se, como hipótese de trabalho, a geração de superavit primário de 3,10% do PIB, sem ajustes.

 

15. No conjunto das projeções, estão incorporadas as estimativas de redução da taxa de juros neutra identificada nos últimos anos.

 

16. No cenário central estão considerados os efeitos estimados decorrentes da atual deterioração do cenário externo sobre a economia brasileira, mas sem a observância de eventos extremos. Note-se que parte desse impacto estimado vem se manifestando em indicadores recentes de atividade econômica e de preços.

 

17. Desde a última reunião do Copom, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) para a variação do IPCA em 2012 aumentou de 5,08% para 5,17%. Para 2013, a mediana das projeções de inflação aumentou de 5,50% para 5,60%. Nos casos específicos de bancos, gestoras de recursos e demais instituições (empresas do setor real, distribuidoras, corretoras, consultorias e outras), a mediana das projeções para 2012 deslocou-se de 5,08%, 5,06% e 5,08% para 5,09%, 5,17% e 5,20%, respectivamente. Para 2013, a mediana das projeções deslocou-se de 5,50%, 5,73% e 5,30% para 5,50%, 5,80% e 5,44%, na mesma ordem.

 

18. O cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$2,05/US$ e da taxa Selic em 9,00% ao ano (a.a.) em todo o horizonte relevante. Nesse cenário, a projeção para a inflação de 2012 se reduziu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se encontra em torno do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas pelo Gerin com analistas de mercado, no período imediatamente anterior à reunião do Copom, a projeção de inflação para 2012 também diminuiu e se encontra em torno do valor central da meta para a inflação. Para 2013, a projeção de inflação se manteve estável no cenário de referência e recuou no de mercado, mas ainda se posiciona, nos dois casos, acima do valor central da meta.

 

 

Implementação da política monetária

 

19. O Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços. O Comitê entende, também, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitam a avaliação de cenários por parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de coordenação de expectativas dos agentes econômicos, em particular, dos formadores de preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a potencializar os efeitos das ações de política monetária, fazendo com que elas possam afetar de forma mais duradoura a dinâmica da inflação plena no futuro. Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-se especialmente vigilante para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.

 

20. A evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas levam ao aumento dos prêmios de risco, tanto para o financiamento privado quanto para o público, e ao encurtamento dos horizontes de planejamento, tanto das famílias quanto das empresas. Consequentemente, taxas de inflação elevadas reduzem os investimentos e o potencial de crescimento da economia, além de terem efeitos regressivos sobre a distribuição de renda. Dito de outra forma, taxas de inflação elevadas não trazem qualquer resultado duradouro em termos de crescimento da economia e do emprego, mas, em contrapartida, trazem prejuízos permanentes para essas variáveis no médio e no longo prazo. Assim, a estratégia adotada pelo Copom visa assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, o que exige a pronta correção de eventuais desvios em relação a essa trajetória. Tal estratégia leva em conta as defasagens do mecanismo de transmissão e é a mais indicada para lidar com a incerteza inerente ao processo de formulação e de implementação da política monetária.

 

21. O Copom considera que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global se mantiveram elevados, em particular, os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. O Comitê entende que, de modo geral, pouco se alteraram as restrições às quais estavam expostas diversas economias maduras. Nota ainda que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. Além disso, em importantes economias emergentes, apesar da resiliência da demanda doméstica, o ritmo de atividade tem moderado, em parte, consequência de ações de política e do enfraquecimento da demanda externa, via canal do comércio exterior. Em casos específicos, antecipam-se mudanças no padrão de crescimento, um desenvolvimento que tende a ser permanente. Dessa forma, até agora, o Comitê avalia que o cenário internacional tem manifestado viés desinflacionário.