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Português apresenta relátorio sobre uso do couro 2l6e23
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O deputado Airton Português apresentou o relatório da Câmara Setorial Temática sobre o aproveitamento do couro produzido no estado. O documento faz uma série de recomendações para que seja aproveitada a produção, tanto das peles de animais silvestres e jacarés criados em cativeiro, quanto o couro resultante do abate dos frigoríficos. 5h5j11
A principal sugestão é de que seja fomentada a industrialização dessa matéria-prima, criando-se fábricas de calçados, por exemplo, que possam agregar valor à cadeia produtiva. Segundo o IBGE, em 2010, foram abatidas mais de 29 milhões de cabeças de bovinos no Brasil. Mato Grosso, maior produtor de carne do país, responde por 14% desse total, contabilizando mais de 4 milhões de abates. 352f1u
Atualmente, o couro produzido em Mato Grosso é vendido quase in natura para indústrias de outros estados. “Nós produzimos o couro e vendemos para fora, para, depois, comprar de volta os calçados feitos lá, quando todo o dinheiro desse processo poderia ficar aqui em nosso estado”, defende o parlamentar. 3r601h
Airton Português também cita o fato de que “o déficit ambiental fica para Mato Grosso, porque aqui nós apenas começamos o tratamento do couro, na fase wet blue, sendo que o restante da transformação, que é a parte do processo que mais agrega valor, nós deixamos para os outros estados”. 6r1v28
A expressão inglesa wet blue é usada para identificar a primeira etapa do trabalho feito nos curtumes, quando o couro é despelado e são retiradas a graxa e gorduras, para, em seguida aplicar o primeiro banho de cromo. Nesta fase, o couro a a ter um aspecto molhado e azulado, o que dá origem ao nome (wet blue). Esta é a fase que gera mais resíduos e o mau-cheiro característico dos curtumes. 504d19
As etapas seguintes, de semi-acabamento (crust) e acabamento, são mais limpas e agregam mais valor ao produto. Normalmente, acontecem em locais mais próximos das indústrias. Nas últimas duas décadas o setor calçadista - que dominou a utilização do couro brasileiro entre as décadas de 1970 e 1980, consumindo 70% do couro produzido - ou a dividir a matéria-prima com outros segmentos, como as indústrias de artefatos, vestuário e estofamentos, especialmente para o mercado automobilístico. 35495u
O autor da Câmara Setorial Temática, deputado Airton Português, salienta, ainda, que o incremento da cadeia produtiva, além de trazer mais investimentos, gerar empregos e divisas para o estado, também vai valorizar o rebanho mato-grossense. Segundo ele, a verticalização do setor irá motivar os produtores rurais a ter mais cuidado no manejo com o gado, “porque o couro a a ter uma cotação maior, diante da perspectiva de comercialização de peças com mais qualidade”. Rogério Andreatta 5w2w6u