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MPT pede mais de R$ 100 mi em indenizações por trabalho escravo em 2017 45647
Brasília - O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu, em 2017, R$ 100,5 milhões em indenizações por dano moral coletivo em casos envolvendo trabalho escravo. Os valores foram solicitados nas 103 ações civis públicas (As) ajuizadas e nos 217 termos de ajustamento de conduta (TAC) firmados no período. Os valores das indenizações pagas são utilizados de modo a reparar a sociedade, sendo destinados à instituições e entidades envolvidas com a temática. Em 2017, o MPT recebeu 1.187 denúncias relacionadas a trabalho escravo.
O número de As sobre trabalho escravo ajuizadas pelo MPT cresceu nos últimos
dois anos: em 2016, foram 93 ações, contra 103 em 2017. Para o procurador do
trabalho Ulisses Dias de Carvalho, “os números expostos demonstram que o MPT
continua se esforçando para garantir a manutenção da política pública de
combate ao trabalho análogo ao de escravo”, afirma o procurador, que é também o
atual vice-coordenador nacional da Coordenadoria de Erradicação do Trabalho
Escravo (CONAETE). Ele destaca, no entanto, as dificuldades enfrentadas no
último ano. “Isso a despeito da histórica redução do número de operações
realizadas do Grupo Especial de Fiscalização Móvel no ano de 2017”, completa
Carvalho.
Entre as 103 ações movidas em 2017, 70 (68%) foram relacionadas a trabalho degradante, o que mostra a importância do conceito moderno de “trabalho escravo”, mais abrangente, incluindo, por exemplo, escravidão por dívidas e o próprio trabalho degradante. O mesmo pode ser observado em relação aos TACs – dos 217 firmados pelo MPT em 2017, 130 (60%) foram relacionados a trabalho degradante.
No caso da atuação, em 2017, dos grupos móveis de trabalho escravo, coordenados
pelo Ministério do Trabalho e formados por representantes de diversos órgãos e
instituições, foram ajuizadas 9 As e firmados 45 TACs, gerando um total de R$
512 mil em verbas rescisórias, beneficiando 1.534 trabalhadores e resgatando
mais de 200.
Campanha –
Na última semana, foi lembrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no
Brasil, em 28 de janeiro, ocasião em que o MPT lançou a campanha nacional
“Baseado em Fatos Surreais”. A ação conta com mais de 20 peças publicitárias,
entre vídeos, spots, anúncios para revistas, outdoors, busdoors e conteúdo
direcionado às redes sociais. As imagens são de trabalhadores explorados, em
condições degradantes, em todo o país.
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Fonte: Ministério Público do Trabalho