Artigo 6y101c
Operação Malebolge: ministro, conselheiros do TCE/MT, prefeito de Cuiabá, deputados estaduais e empresários são alvos de busca e apreensão 1j693v
A pedido da Procuradoria-Geral da
República, o Supremo Tribunal Federal autorizou a realização de mandados de
busca e apreensão, nesta quinta-feira, 14 de setembro, em 65 locais, entre
endereços pessoais e profissionais de investigados no inquérito relativo à
Operação Ararath. O cumprimento dos mandados pela Polícia Federal foi
acompanhado por 16 membros do Ministério Público Federal.
Ainda foi autorizado pelo STF o afastamento cautelar de cinco conselheiros do
TCE-MT: José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes
Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.
O inquérito judicial investiga prática de crimes de corrupção, lavagem de
dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira,
crimes contra a ordem tributária. Apura ainda a prática de obstrução de
investigação criminal, que consistiu em pagar colaborador para mudar versão de
depoimentos e pagar investigado para não celebrar acordo de colaboração. Dentre
os investigados estão o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), deputados
estaduais, empresários e conselheiros do Tribunal de Contas do Mato Grosso
(TCE-MT).
O esquema foi descoberto no curso das investigações da Operação Ararath, a
partir da apreensão de diversos documentos e depoimentos prestados por
colaboradores, entre os quais está o ex-governador do Mato Grosso Silval
Barbosa. A organização criminosa instalou-se no alto escalão do estado de Mato
Grosso e funcionou especialmente entre 2006 e 2014.
Operação Malebolge –
Os mandados cumpridos nesta quinta-feira fazem parte da Operação Malebolge – o
oitavo círculo do Inferno de Dante – e destinam-se a reforçar conjunto
probatório acerca de pagamento de propina a membros do Poder Legislativo
Estadual (“mensalinho”), com o objetivo de que sustentassem a governabilidade
do Executivo, aprovando projetos do então governador Silval Barbosa ou se
abstendo de investigar membros da cúpula do governo estadual. Membros do TCE-MT
investigados condicionaram a continuidade de obras para a Copa do Mundo ao
pagamento de R$ 53 milhões a ser dividido entre eles. As buscas também visam
apurar outros fatos acerca do pagamento de propina referente ao programa MT
Integrado, que consistia em um conjunto de obras estruturais orçadas em mais de
R$ 1,5 bilhão.